A infeliz noite em claro refaz a linha do tempo em que cada sentimento sou por tudo entregue, e me afogo nas intimidades, dos trejeitos e sensações dos nossos corpos com a maldição marcados, pecadores inescrupulosos, sacrificaram e santificaram, um momento fugaz, onde o tempo era besteira, detalhes uma perda de tempo, só se apreciava o fel que da selvageria exalava. A boca molhada que força fazia contra os meus lábios me arrancava o mais suave tom, era uma sinfonia divina que ecoava pelo corredor do mais vagabundo motel, mal subia as escadas e tudo de mim pingava. A língua amaldiçoada que até em minha mente entrava, circulava e dava voltas, e o tom da ópera infundia, era trágico o tormento, em cada degrau um toque, um centímetro adentro. O mais aflito dos exercícios é subir as escadas dos pecadores até o altar de adoração, mas se faz presente os joelhos contra o chão frio, no silêncio profundo, pois profanara em mim a língua dos anjos, nas orações subordinadas da submissão. O toque combinado com toda aquela sutileza, quebrara a finesse quando uma das mãos me quietava, enquanto a outra me dedava, era lindo o som que acompanhava toda aquela energia, era língua, dedo, barba, e que meus dentes com pouco rangiam. A voracidade que me consumia nunca antes por mim registrada, quebrava por terra toda minha definição de "chupada", não me encontrava mais no mesmo ambiente, tinha ido longe, tão alto, além do comum que mal sabia se me era tudo aquilo permitido, a língua dos anjos, caídos. O tecer do dia sempre leva a um novo questionamento, tava perdida, quando me virou, abriu toda a minha roupa, me fez despida, eu sorria mas não sabia o que poderia vir, extasiada, tudo em câmera lenta por mim passava, sorria brevemente, um sorriso cativante, daqueles que se sente o fogo, queimar em brasa ardente, queimar de forma instigante. Enquanto olhava, tirou toda a roupa dele também, me perguntava 'que foi? cê tá bem?', e involuntariamente meu corpo sorria, a perna que trêmula estava era a resposta perfeita que eu tanto caçava. O diabo joga sujo, joga baixo, o corpo esculpido que me comeria, na minha mente apenas ficava me questionando se tudo em mim caberia, a benção divina vinha de algum Deus, não saberia dizer qual poderia ser assim tão vil, eu me sentia absurda, com gula, e com um beijo nos lábios expostos apresentou seu corpo ao meu. Quente, tal qual o inferno, a respiração pesada que no meu pescoço tudo arrepiava, os braços largos que só com um me fazia toda abraçada, a voz rouca que tudo molhava, e o conjunto perfeito ficava quando a língua maldita pelo céu da minha boca deslocava. Meu cabelo rapidamente fazia nós, não tinha nem produzido suor, mas os mesmos deslizavam em sua mão, me puxando sutilmente enquanto pelo meu corpo descia a outra mão. Um me era satisfatório, mas com dois eu me sentia livre, irrigava cada ponto necessário, me deixava sem condição, num momento que penso ter me perdido essa mesma mão, foi parar na minha coxa, me deixava leve, me deixava boba. Minha perna foi subindo e todo o calor do corpo, foi pelo meu corpo descendo se concentrava numa única região, Veneza. Inundada e sendo vagarosamente socorrida, aquilo foi entrando suave, era meu momento de paz da vida, foi me preenchendo, de uma grosseria sem necessidade, mais entrava com tanta harmonia, que nem atrito fazia. Quanto maior a cabeça maior tende a ser o pecado, eu tava doida pecando, esse ritmo de com pressão saindo, com muita pressão entrando, me deixava alucinada, eu tava absurda, mas comparada as veias não era nada. As mãos na minha cintura eram realização, eu tava coberta de satisfação, e o universo todo parecia conspirar, a maneira que ele mordia os lábios enquanto me encarava dizendo "goza pra mim", era meu maior gatilho nunca irei negar. Veneza perdia as estruturas, eu tava quase, bem quase no ponto da satisfação, gozar da vida, e gozar em vida, é um direito, e sempre tive tudo ao alcance das minhas mãos, eu sabia que ia acontecer, era quase previsível e me concedido quando a voz rouca falou com as pernas a fraquejar "vou gozar com você". Veneza fez um verão danado nessa hora, tava tão quente, e instigador, que cruzei as pernas travando em mim todo o calor, eu o prendia, e os cabelos do meu rosto ele tirava, me olhava sério, como se um quadro de museu estudara. Com os beijos sutis aos poucos o soltei, não havia ainda saído, e com a respiração descompassada, com a cabeça apenas concordei, saiu com toda gentileza, pensei que era o fim, pois logo levantou. Pegou água pra mim, e por um instante me observou, nada havia dito, me olhava admirado, e sem cerimônia com toda a pose de safado me disse que por minha ****** tava apaixonado.
Continua.
Continua.